DANÇA FINAL
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Oh! Morte! És conselheira em minha vida!
Se em ti verei a luz ou treva escura
não sei, mas nesta busca empedernida
perdeu-se a linha com que se costura
a trama do destino. A alma envida
seguir no seu caminho com lisura,
mas tem no corpo um peso, e não guarida...
Assim, oh! Flor se ao vento ao fim se espalha
o pó do qual viemos, já um nada,
de nós o que restou? Apenas sobras
de tristes pensamentos... Te recobras!
Na contrição ciente e consternada,
perde-se a vida, ganha-se a batalha.
Versos em negrito: desafio de Machado de Assis (Dom Casmurro)
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Oh! Morte! És conselheira em minha vida!
Se em ti verei a luz ou treva escura
não sei, mas nesta busca empedernida
perdeu-se a linha com que se costura
a trama do destino. A alma envida
seguir no seu caminho com lisura,
mas tem no corpo um peso, e não guarida...
Assim, oh! Flor se ao vento ao fim se espalha
o pó do qual viemos, já um nada,
de nós o que restou? Apenas sobras
de tristes pensamentos... Te recobras!
Na contrição ciente e consternada,
perde-se a vida, ganha-se a batalha.
Versos em negrito: desafio de Machado de Assis (Dom Casmurro)