SONETO ATORMENTADO
A tua lápide diz: Desgraçado!
Infeliz, mentiroso, mal-amado
Mas a prudente vida aqui ensina
Que não mais terás que tua ruína
E eu estarei louco a esperar
O triste ato que há de anunciar
Que a vida, na dor, vai ensinar
O que eu, com amor, quis te mostrar
Protege-te e agüenta esta tormenta
Porque o pesar do amor sempre tenta
À noite, o nosso sono atormentar
E desejo mesmo que te arrependas
E pretendo ademais que tu me entendas
E teu arrepender hás de amargar