Soneto / Entre os lençois de linho
Gozo teu olhar que me chama,
para gozar-mos nossa avidez,
que me faz gozar ate á palidez,
entre os lençóis de linho da tua cama.
Quero ter a certeza que esse ardor,
que pões em teu frenesim,
o fazes pura e somente por mim,
ou se é uma prova de teu amor,
Se o não é, não digas,
poupa-me a essa desgraça,
porque sabendo maldigo minha raça,
Que este amor,a quanto obrigas.
Obrigas a refugiar-me nas altas serranias,
onde não quero ver ninguém,
pois tiraste vontade de acreditar nalguém,
acredito que farei algumas vilanias.
Alberto M. de Campos