Saber
Para a Gisele Joras
Os meus sonhos de infância adormecidos
numa torre longínqua de marfim...
Qual foi a noite em que eles, ressentidos,
pararam de correr atrás de mim?
Quando foi que os sininhos e os bonecos...?
O palhacinho se tornou avô?!
Por que a princesa já não treme aos ecos
do príncipe, nem corre o meu iô-iô?
Onde foram se espalhar meus brinquedos?
Como puderam me esquecer ao léu?
O que farão sem meus esconderijos?...
Não sabem que só eu sei seus segredos,
e que sem mim todo aquele escarcéu
da nossa infância apenas são vestígios?