SABOR DE TI
Lílian Maial
Se a minha boca já foi teu oásis,
a tua, há pouco, se fez o meu deserto.
De tanta areia, sem mares por perto,
sangrei os olhos, por grãos tão mordazes.
Por tantas guerras, fizemos as pazes,
despreocupados, se é errado ou se é certo,
perambulando com o peito entreaberto,
sobreviventes de sonhos tenazes.
E agora eu vivo entre versos ardentes,
fingindo um cio, um querer tão doente,
feito uma chaga, uma pena a cumprir.
Só tua boca, outra vez, banharia,
o corpo seco, sem rima ou poesia,
vem, meu amor, me devolve pra ti!
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Rio, 17/04/04.
Lílian Maial
Se a minha boca já foi teu oásis,
a tua, há pouco, se fez o meu deserto.
De tanta areia, sem mares por perto,
sangrei os olhos, por grãos tão mordazes.
Por tantas guerras, fizemos as pazes,
despreocupados, se é errado ou se é certo,
perambulando com o peito entreaberto,
sobreviventes de sonhos tenazes.
E agora eu vivo entre versos ardentes,
fingindo um cio, um querer tão doente,
feito uma chaga, uma pena a cumprir.
Só tua boca, outra vez, banharia,
o corpo seco, sem rima ou poesia,
vem, meu amor, me devolve pra ti!
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Rio, 17/04/04.