Sangrando
Era para ser logo ,nada mais pensar,
Esticar o verso nas linhas ondulantes.
Deitou a inspiração a espreguiçar ,
Não acordando a lua, nem horizontes.
Sem guardar um pedaço do ontem ,
A palavra estagnou na água parada.
Nulos os sonhos das estrelas caladas ,
Nos ventos agonizantes em escalada .
A pedra endureceu, ruminou o ar,
Enquanto a poesia sufocada ,
No peso do corpo a delirar, sangrar .
Um arrepio, uma estacada ,
Um som surdo, uma pancada
E uma lâmina afiada, uma facada!
20/03/08