Úmida
Acorda o céu com um som retumbante.
De negra pata à boca dos trovões.
Pisoteando a noite o éon plasmante,
Na cabeleira em circunvoluções.
Acode-me! Mostre tua amorfa tez,
Às carnes acometidas de dor.
Nos mistérios a cumprir à vez,
Da mente-corpo a esculpir amor.
A umente sensação festajaria,
Ao deixar livre, o ser, ave vadia,
Vadiar no impudor dos vendavais.
Com suores da corpórea atmosfera,
A face ingênua e pura da monera,
O vulto dos meus pés nos temporais.
Canoas, 15 de março de 2008/RS