Os beijos das aves

Beijam-se os pombos amiúde,

nos postes,nos ramos, nos beirais

e, vendo-os nessa terna atitude,

invejo-lhes os enlevos tão leais.

Cantam rouxinóis o seu prélude,

promessas de amor sempre fatais,

igualam a Chopin em beatitude,

as românticas melodias dos pardais.

Preferidos filhos da Natureza,

na cor, na graça e na beleza,

parecem reunir a perfeição.

E todavia são como tu e eu,

pequenas almas voando lá no céu,

enquanto as penas se arrastam pelo chão.

(1999)

Clotilde S
Enviado por Clotilde S em 15/03/2008
Código do texto: T902611
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.