ENGOLE AS PALAVRAS...
Engole essas palavras abortadas
e amarga em frio fel o que é tão doce...
Absorvendo das dores as fisgadas,
como se único destino fosse...
A ferros mantém bem presa a canção,
que sangra no desejo de voar...
E amordaça a voz da intenção
na covardia do medo de amar.
Solte ao vento esse verbo tão calado...
Deixe emergir de vez o sentimento,
pra se tornar enfim o meu amado!
Que se apague de vez todo o depois
e se transforme em asas coloridas,
essa urgente tristeza de nós dois...