Entardecer da alma
Tão fria e escura a tarde a chuva torna
Enquanto desce fina, mas constante...
O tempo se arrastando me suborna,
E o entediar das horas segue adiante.
Lá fora a chuva triste encharca a terra,
Cá dentro o coração padece e chora...
De todos os futuros me desterra
Enquanto induz vazio ao meu agora.
A tarde, envolta em manto de tristeza,
Transforma em parte inerte do seu frio
Minh'alma, mergulhada em vã quimera...
E a vida tão despida de certeza,
Costura, indiferente, o seu vazio
No coração que já por nada espera.
Obras publicadas: www.lojasingular.com.br