ESMOLAS DIVINAS

Qual mil cidades, nas ruas de Campina,

Quem não vê homens cegos e aleijados;

Velhos pais por filhos rejeitados,

Na mendicância que nunca termina ?!

E nos passos atentos por cada esquina,

Percebe-se em olhares esfomeados

Os mais vis casos dramatizados

Perante a mão caridosa que se inclina.

E não há quem não ceda a tal tormento,

Encobrindo com desapontamento

A omissão dos deuses da indiferença.

Nisso, exige-se de alguma divindade

Maior empenho contra a crueldade.

Do inverso, ficarão sem nossa crença !