Velório do poeta

Estão me velando na sala ao lado

Sinto daqui o cheiro da parafina

A benzer o epilogo de minha sina

Antes de poder ser sepultado.

Pessoas ao redor vêm-me e se vão

Questionam o frio corpo estático

Que restou do pobre poeta asmático

Embelezado de flores na moldura do caixão

Logo seguirei-me em cortejo funeral

Mas por enquanto quero apenas ser velado

E ver a vida deitado na minha morte

Quem sabe fazer um ultimo verso e mal

Dizer todos os papa defuntos ao meu lado

A rirem-se me minha existencia sem sorte.

Odair J Alves
Enviado por Odair J Alves em 12/03/2008
Código do texto: T897843
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