Te contarei
E furtarei as cores (… um dia… )
Com que a vida me pintou você
Nessa falha e anacrônica tela.
Um dia te contarei muitas coisas
E depositarei a teus pés (…um dia…)
Todo o ouro de meu humilde barroco
No desabar de meu santuário agótico.
Um dia te contarei minhas coisas
E chorarei lágrimas de verniz (..um dia…)
Para banhar e inoxidar todo o teu corpo.
Um dia te contarei as minhas últimas coisas
E lacrarei meu último sonho (..um dia…)
Sobre as frias brasas de minha lápide.