De tudo o que me infesto

Há em cada um de nós, um gesto

que é mistura de tristeza e protesto

e é de tudo isso que eu me insfesto

ao sentir-me assim, quase que morto

Há em cada um de nós, marcas pelo corpo,

Resultantes da doença e do incesto

e é de tudo isso que eu me infesto

nessa mistura de tristeza e protesto.

Há em cada um de nós, restos de um grito

Resultado de um silêncio precipitado

e é de tudo isso que eu me infesto

E me canso, então, morto e derrotado

Nesse silêncio triste é que assisto,

eternamente, o aborto destronar o feto.

Odair J Alves
Enviado por Odair J Alves em 11/03/2008
Código do texto: T896408
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