De tudo o que me infesto
Há em cada um de nós, um gesto
que é mistura de tristeza e protesto
e é de tudo isso que eu me insfesto
ao sentir-me assim, quase que morto
Há em cada um de nós, marcas pelo corpo,
Resultantes da doença e do incesto
e é de tudo isso que eu me infesto
nessa mistura de tristeza e protesto.
Há em cada um de nós, restos de um grito
Resultado de um silêncio precipitado
e é de tudo isso que eu me infesto
E me canso, então, morto e derrotado
Nesse silêncio triste é que assisto,
eternamente, o aborto destronar o feto.