VIANDANTE
Por muito tempo andei faminto e errante,
Que os prazeres da vida converti-os
Em poemas das formas, em sombrios
Pesadelos da carne palpitante.
No derradeiro sono, instante a instante,
Vi fanarem-se anseios como fios
De ilusão transformada em sopros frios,
Sobre o meu peito em febre, vacilante.
Morte, no teu portal a alma tateia,
Espia, inquire, sonha e chora, cheia
De incerteza na esfinge que tu plasmas!...
Impassível, descerras aos aflitos
Uma visão de mundos infinitos
E uma ronda infinita de fantasmas.
Jaubert