Soneto do Fim
Vem à tona a verdade que é sua
Como o dia que nasce muito claro
Luzindo no céu com um brilho raro
Escurece nos mostrando a lua
Revela-se assim, um segredo mórbido
Que de um ultraje me atinge o peito
O crepúsculo final me devolve ao leito
Sentindo um prazer que se torna sórdido
É puro o arrependimento de um morto
Que clama em vão por um contentamento
Qual verme que deseja ter seu corpo
Não se sabe se a vida é um surto
[E] Mesmo que volte todo esse tormento
Torna-se a vida um cruel aborto