Soneto do Fim

Vem à tona a verdade que é sua

Como o dia que nasce muito claro

Luzindo no céu com um brilho raro

Escurece nos mostrando a lua

Revela-se assim, um segredo mórbido

Que de um ultraje me atinge o peito

O crepúsculo final me devolve ao leito

Sentindo um prazer que se torna sórdido

É puro o arrependimento de um morto

Que clama em vão por um contentamento

Qual verme que deseja ter seu corpo

Não se sabe se a vida é um surto

[E] Mesmo que volte todo esse tormento

Torna-se a vida um cruel aborto

Felipe Marques
Enviado por Felipe Marques em 09/03/2008
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