A DOR
Donde vem essa força absoluta,
Que é a dor insacíavel que estraçalha
Com a inflexibilidade de metralha,
Que inutiliza os corpos para a luta;
Clava feroz, terrivelmente hirsuta,
Com antropofagismos de batalha,
Ferindo aritmética, sem falha,
E que incessantemente nos percrusta?
Não nasce de um designio divino,
Nem de fatalidades do destino
Que destrói nossas células sensitivas;
Vem-nos dos próprios males que engendramos,
Em cujo ignoto báratro afundamos,
Através de existências sucessivas."
Jaubert