NÉVOA NAS VIDRAÇAS...

 

 

Nem percebes o quão ligeira passa

essa vida que engoles sem sentir...

Que aos poucos se dilui feito fumaça,

trazendo rente a hora de sair...

 

Não deixes dispersarem tuas graças,

nem a areia entre os dedos escapulir...

Desnuda todo medo e as couraças,

inundando de luz o teu porvir!

 

Usa então as retinas como taças

saturando da vida o elixir

e se livra de vez dessas mordaças...

E a doçura do amor que chega e enlaça

finalmente faça da alma abolir

a triste e dúbia névoa das vidraças...

 

Zélia Nicolodi
Enviado por Zélia Nicolodi em 06/03/2008
Código do texto: T890214
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