MÁGOA QUE TE MAGOA
Nessa existência bela e deveras intensa
Que marcas imensas estão na lembrança
Com essa cobrança a deixar-te a doença
Da tormenta de uma promessa de vingança?
Que sentiu dos ganhos a si impingidos
Sendo-te movido por vil sentimento?
Envenenamento a ti mesmo ingerido
Pelo admitido, sofrido e hostil pensamento
És, portanto primeiro teu algoz
Calando tua voz que melhor te diria
Pior deixarás teus dias nesse gosto atroz
No que serás feroz, ferirás a própria harmonia
Que na agonia te será sangria logo após
Secando d’alma a foz sadia da mais pura alegria