Punhal

Punhal-palavra vem cortando o espaço,

Voa das grades que te esconde o dono,

Perfura o peito em agudo aço,

Esvai a vítima qual cruel cambono!

Olha de onde brotou o desespero,

Desculpa a loucura que fez tais cortes,

Sabes da inutilidade do apero,

Desconfianças de todas as sortes.

Ah, a vida inteira com os olhos baços!

Agoniza a derradeira esperança,

Suspira e desata os últimos laços.

Ai, dor que sangra nos cruéis abraços!

Cambaleia e roda em fúnebre dança,

Com o amor mentira que guiou teus passos.

Paula
Enviado por Paula em 05/03/2008
Código do texto: T887647
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