TARDE...


As árvores estão quietas, o vento parado;
no ocaso o sol pinta um céu sangrento.
O pó dos caminhos se esconde nos barrancos.
E dentro de mim agita todo este tormento.

Penso em ti e não me sinto completo.
Dúvidas inquietas massacram meu ser.
E a todo momento deixam-me irrequieto,
Tirando-me toda a alegria de viver.

Ó sina dos amantes, capricho dos deuses:
Por que sufoca-me a alma com este sofrer,
que descolore a vida e turva a mente?

Por que dás o doce mel nas primeiras vezes,
e depois, com o tempo o ingrato padecer,
Que faz um coração penar amargamente?

         Vinhedo, tarde de 4 de março de 2008.