Perene perecer
De súbito, ao esquerdo, balança
Uma objeção, há muito, temida:
Não a ruína, remate da vida,
Mas o sepulcro que o amor alcança.
No silêncio no qual o peito dança,
Preocupa-me a forma esquecida
Como age a boca incontida
Ao tornar-se passível de vingança,
Visto o volume de dor que nos traz
O amor, esse funesto e audaz
Trem em desatino ao coração!
Eu tenho dó dos que se vangloriam
Ao dizerem que jamais sofreríam
Quando, deveras, sofredores são!