Dezoito

Canto o amor que morreu pungente

Do bosque de Tanatos algum Eros

Envoltos no sangue que ela verte ciente

Cantem o mal e eu canto os esmeros.

Para muitos o ignoto arde somente

Num manto púrpuro os baixos austeros

Cantam a morte, e nenhum deles mente

Que decantando assim são sinceros.

Cantam na asa dos mortos em prantos

Cada um a espera da cova num canto

De úmida terra roxa do mistério.

Numa viagem sem a direção do norte

Sempre nos cantos da magoada morte

Cantem outros a existência e o encanto.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 04/03/2008
Reeditado em 16/10/2008
Código do texto: T886965
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