Soneto VIII

No marasmo das lembranças me deixo adormecer

vendo passar a minha vida, como uma noite.

Passa o tempo e o vento me faz esquecer

a solidão da minha espera pela morte

Ébrio olhando um céu estrelado

Recito à noite um triste verso

e observando a imensidão do passado

posso ouvir a voz muda do universo

Posso sentir a dor que me faz enlouquecer

soando em meu verso vagos

subir aos céus e desaparecer

A dor do poeta e amante frustrado

como um soneto incompleto.

A dor de nunca ter sido amado.