Soneto à Chuva que Cai

Tento observar nessa manhã o céu

Que se desfaz em pranto por fitar-me

Rompendo a negritude deste véu

Que há horas tentava amordaçar-me

Num passar inconstante, porém firme,

O Tempo apresenta-me como réu.

Já eu, sem defesa que me confirme,

Sou arrebatado sem temor ao léu

Raios vêm visitar-me toda hora

Tão sorrateiros que mal posso ver

Mas ouço os brados quando vão embora.

Meu coração dispara por querer

Adentrar neste céu, ir embora!

Mas contento-me em poder escrever.

Eduardo Amorim
Enviado por Eduardo Amorim em 03/03/2008
Reeditado em 23/10/2009
Código do texto: T885396
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.