A ARMADURA E A CERTEZA
Pouco, senão uma casca própria e a armadura,
Servirão como fosse a eterna defesa
Enquanto a vida faz-se pela estrutura,
Ou que o corpo alterne-se do leito à mesa,
Adaptado à precisão, o ser, a criatura,
Ao derredor foi feita ordem, paz, limpeza,
Posto que o corpo necessita água pura,
E sua figura ver-se-á plena em realeza...
Porém ao lado surge lesão, ruptura,
Aparece alguém dotado de destreza,
(É o que se diz,) vem e fere, aponta, apura,
E compra, à força, da elegância à beleza,
Da solidez, da alegria, da fé e da cura,
Surge, ante à derrota, a alma absoluta: a certeza.