Egocêntrico
Vivo a narcisar-me em poesia
como se fora um grande literato,
e meus poemas fossem um retrato,
que a arte, para mim, reverencia.
Vou, entre a psicose e a mania,
semeando os gérmens do egoísmo;
mercê de um iminente cataclismo,
que a boçalidade anuncia.
Sou do poeta sua maestria
a recriar conceitos hordiernos
no epicentro da idolatria.
Senhor de si, do céu e do inferno.
Sepulcro da modéstia, a garantia
de que o poeta não nasceu eterno.