Um Morto Moderno

Esta adaga que com sua lâmina corte

Minha tez que obsceno sangue povoa

As vísceras da carne que o verme roa

Esta carcaça imunda após a morte.

Um corvo repousa neste sem sorte

No som doentio que o coveiro entoa

Criptograma do estojo que não perdoa

No tato deste maldito bedel tão forte.

Dissolução da alma do condenado

Na anêmica célula decaída

Na absurda decomposição a saída.

Substrato das maldades do danado

Nas eternas prisões deste enforcado

Do último suspiro na corda corroída.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 28/02/2008
Reeditado em 16/10/2008
Código do texto: T879192
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