Soneto VI
Tu vens em meu sonho, reluzente e bela
Toda a noite, caminhando lentamente
espalhando teu brilho de estrela
e clareando minha negra e turva mente
Alegra-me o sorriso sob a luz da vela
que ilumina vagamente o teu retrato
quando contemplo tua face em aquarela
na solidão do meu escuro quarto
Não ousaria escrever aqui o teu nome
e manchar-lhe a alva pureza
com as nódoas da minha mão infame
Lamentando não ter recebido o dom da natureza
que ainda preciso, por mais que te ame
para expressar num verso, toda a tua beleza