MEU CANTO
Eu desafinei muito cedo, meu canto,
perante tudo que me incomodava,
há muito tempo alimento um pranto
desta dor, que em mim se instalava.
Calei então, toda a minha poesia,
que eu queria dizer com palavra,
por isso fica sempre uma agonia,
em não perder tão profícua lavra.
Hoje, no entanto se ainda eu tento,
ouvir um canto ou meu sentimento,
a dor no peito o sentimento trava.
Quando eu insisto e ouso resistir,
eu não desejo na vida abandonar,
a poesia, que ainda tenta aflorar.
25-02-08-VEM-