Soneto II - VERSOS MORTOS
A morte me parece agora, tão adorável
olhando seu rosto debaixo da terra.
Eu vejo doçura em seus olhos de fera
sentindo em minha dor um prazer inefável
te conforma com a morte que te espera
não te agarra a tua existência miserável
Desista de combater o inelutável
Não esperes a morte! a ti mesmo te enterra
Faz do teu corpo o templo da tua desgraça
põe um fim a causa de teus tormentos
e poupa do mesmo destino os filhos da tua raça
derrame no manto da morte todos os seus lamentos
esqueça as dores e amarguras passadas
e goze com ela seus últimos momentos.
à Augusto dos Anjos