Limbo

Da lágrima, a turva beleza

Desfez-se, marmóreo meu pranto,

Levando consigo a certeza,

Deixando somente o espanto.

Num limbo ficou-me o tormento,

Sobejo do medo do amor.

Perdida num mar de lamento,

Minh’alma lavou-se em agror.

Mas resta na minha lembrança

Saudade da dor que me veio,

Lampejos da vã esperança,

Que, em parte, devora-me o seio

E, em outra matiz ou nuança,

Conduz-me de volta ao enleio.

Magmah
Enviado por Magmah em 25/02/2008
Código do texto: T874921
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