A ESPERA

Um recanto distante à sombra do arvoredo...

Nos braços de meu bem. Sorri, felicidade!

Momento de prazer maior que a eternidade...

Oh! verdadeiro amor! Oh! êxtase em segredo!

Despedida e cuidado. Este silêncio tredo

E o permanente gozo em sonho. Fatuidade

Que me enlouquece dia a dia de saudade...

A vida sem sentido e a alma no degredo.

Eu sei que ela não vem. Não me conformo entanto,

Espero! E no esperar, vou modulando o canto

De quem não sente o tempo e passa pela era,

Como se a vida fosse eterna e o mundo um encanto!

Ou como se esperasse a vinda da quimera,

Na ilusão permanente - em permanente espera!

08-06-1962