O DESTINO E OS DESATINOS

O DESTINO E O DESATINO

Jorge Linhaça

Ó, senhora, dos olhos tão secos:

Tu que és a dona do teu destino...

do meu eu não sou - sou só desatino-

e nas ondas da vida eu me perco.

Quero a chuva branda no sol a pino,

-os meus muitos defeitos reconheço-

mesmo sob a chuva não arrefeço:

Sonhos distantes inda descortino.

Não sei se mereço, ou, não mereço,

desejar sentir esse amor brasino.

Não sei se esqueço, ou não esqueço

Se já são devaneios d' um menino

que já pagou desta vida o preço,

mas inda não encontrou seu destino.