MINHA TRISTEZA
Minha tristeza é não ser vítima,
É saber-se enganada e não resitir,
Não evitar o açoite à felicidade alheia,
Deixar passar a hora de partir.
Minha tristeza é não perceber de início,
Que nunca passei de pura diversão,
De deleite egoísta, obscuro e sombrio,
Um gozar desprovido de emoção.
Tudo isso pela minha pura indignidade,
De aceitar viver um romance calcado,
Numa crise passageira de identidade.
Engano ter achado que era diferente,
Que teria sido mais forte que a gente,
Se esvaiu como começou, de repente.