SONETO BRANCO
Caminho por essa rua tão comprida,
tão comprida pra alcançar teus braços
e encontro uma janela, tua janela,
me esperando, já fechada, com a saudade.
Os lampiões, sombreando a luz tremente
cerraram o seu vulto, seu clarão
na distância congelada à minha frente.
Não posso me esconder fora de mim,
mas me vejo, tristemente, em tudo
e todo me sofro, esgano e beijo.
Em que bordéis, em que alcova suja
ou escorregadia cisterna está vagando
aquela que amei - e que perdi ?