SONETO BRANCO

Caminho por essa rua tão comprida,

tão comprida pra alcançar teus braços

e encontro uma janela, tua janela,

me esperando, já fechada, com a saudade.

Os lampiões, sombreando a luz tremente

cerraram o seu vulto, seu clarão

na distância congelada à minha frente.

Não posso me esconder fora de mim,

mas me vejo, tristemente, em tudo

e todo me sofro, esgano e beijo.

Em que bordéis, em que alcova suja

ou escorregadia cisterna está vagando

aquela que amei - e que perdi ?

Chaplin
Enviado por Chaplin em 23/02/2008
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