RECORRO AO AMPARO DO PRANTO

Percebo em desalento, o íntimo revolvido,

na verdade não conhecer-me o bastante,

como, até porventura, ansiei atrevido,

por mais que me rebusque o instante

Silencioso, recorro ao amparo do pranto

profundo, mas, cego, não me acho

porque, embora lacrimejante procure tanto,

não logro entender meu ego, esse embaraço

Cogito ver-me tal qual sou, o outro eu,

se é que, em mim, existe coisa semelhante;

Vasculho decidido o âmago do meu mundo,

E o que encontro? Apenas absurdo negrume!

Malgrado comigo mesmo me confronte,

Sou derrotado e venço, de lágrimas me inundo

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 23/02/2008
Código do texto: T872277
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