RECORRO AO AMPARO DO PRANTO
Percebo em desalento, o íntimo revolvido,
na verdade não conhecer-me o bastante,
como, até porventura, ansiei atrevido,
por mais que me rebusque o instante
Silencioso, recorro ao amparo do pranto
profundo, mas, cego, não me acho
porque, embora lacrimejante procure tanto,
não logro entender meu ego, esse embaraço
Cogito ver-me tal qual sou, o outro eu,
se é que, em mim, existe coisa semelhante;
Vasculho decidido o âmago do meu mundo,
E o que encontro? Apenas absurdo negrume!
Malgrado comigo mesmo me confronte,
Sou derrotado e venço, de lágrimas me inundo