Soneto XXX - Ungeziefer
Acendo uma vela, a escuridão foge do brilho da chama
me sento a mesa, a companheira solidão ao meu lado
observo meu quarto, teu retrato e a solitária cama
onde noites e noites pensando em ti, passei acordado
Abro um livro, pego um papel dentre as paginas
São meus versos, sobre o fundo pelo tempo amarelado
Letras borradas, a mesma tristeza, manchadas de lágrimas
Que agora escorrem dos meus olhos, como no passado
Minha Rosa cravaste teus espinhos em meu peito
que verte sangue , em versos negros, da ferida
endereçados a ti, adormecida em teu leito
Me deixo adormecer, enfim, sobre o brilho da lua lívida
que quase posso ver o céu através do teto
apenas sonho... abandonar em teus braços, a minha vida.