Soneto XXIX - A Morcega
Acordo! Meu peito aperta, o ar me falta
me ergo do meu leito num salto. Rapidamente
abro as janelas, pego minha flauta
e eis que no meu ombro, pousas de repente.
Sempre tu na escuridão, entras pela porta
quando toco algumas notas tristemente.
vens não sei de onde, para ouvir a sinfonia morta
que soa do fundo da minha turva mente.
Voas então pelo quarto, quando cessa a melodia
me levanto, esforços faço para alcançar-te, mas é inutil.
Vais embora novamente, com o amanhecer do dia
Deixando-me só, tomado por um desespero infantil
até que canso, e com uma doce melancolia
caio, entre lágrimas, num sono pesado e febril