Meu destino
Dou o viver já por perdido e acabado
Em pena de sofrer tantas cruezas!
Vida,que não vi senão tristezas
Que me detém em tão rústico estado!
Eu ando em si tão descuidado
Que em vão me guio os passos às correntezas,
Mas sei que não matam mil durezas,
Só me deixam do bem tão apartado!
Forçado viverei o quanto for
Que os Céus me consentirem a vida,
Matar-me não posso já de morrido!
E sustentarei de dor em dor
Uma murcha alma já caída,
Que por razão em tudo fui vencido!