LAMENTO NOTURNO

A tarde me encontrou em desalento,
estranha ao mundo que me rodeava.
E a noite prometia grande aumento
do peso da tristeza...Em mim colava

alguma ansiedade; era um lamento,
contando-me o suplício de uma escrava,
esquiva, a disfarçar seu sofrimento,
no canto que a senzala cadenciava.

Ao longe, sons, rumores da floresta,
na cor meio azulada da noitinha,
contando dos sons vagos de uma festa...

E contra a pouca luz que se avizinha,
escassa a nitidez, nada mais resta:
nem mesmo alguma dor já se adivinha.

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