MOMENTOS QUE SE PERDEM

Há andorinhas espanando-se nos beirados;

encosta-se nelas o silêncio de um voar

e sob as asas dorme o ninho procurado,

a graça de um encontro além-mar.

Anoitece nas alamedas; entre velhos sobrados

jovens morcegos lambem insetos soltos no ar,

alongam a última distância entre o dia esfiado

e a luz que entretece triste de luar.

Todos caminham entre ontens e os amanhãs,

caminhos que sopram cantos e arcoirizam penas

e marginam sementes prenhes de pecã.

Agora vejo coqueiros embebedarem-se de vento,

escuto a alegoria cantada por falenas

e lágrimas choro o tempo perdido em vão momento.

Chaplin ( FRC )

Chaplin
Enviado por Chaplin em 19/02/2008
Reeditado em 07/05/2008
Código do texto: T866700