MOMENTOS QUE SE PERDEM
Há andorinhas espanando-se nos beirados;
encosta-se nelas o silêncio de um voar
e sob as asas dorme o ninho procurado,
a graça de um encontro além-mar.
Anoitece nas alamedas; entre velhos sobrados
jovens morcegos lambem insetos soltos no ar,
alongam a última distância entre o dia esfiado
e a luz que entretece triste de luar.
Todos caminham entre ontens e os amanhãs,
caminhos que sopram cantos e arcoirizam penas
e marginam sementes prenhes de pecã.
Agora vejo coqueiros embebedarem-se de vento,
escuto a alegoria cantada por falenas
e lágrimas choro o tempo perdido em vão momento.
Chaplin ( FRC )