Sonhos retirantes
No intento de alargar a existência,
Vêm sonhos visitantes pro café.
Com fome trazem dor e a insistência,
Da vida a repetir: Sou no que é!
Junto à mesa, há um silêncio compungido.
E o chão,(esse bárbaro coveiro)
Obsceno quer meu corpo por inteiro,
E o sol do meu olhar amanhecido.
Meu ser há de se haver na letra lida.
Plágio do meu eu, e a preterida,
Uma alma que ousou querer ser verso.
E o amor, declarando-se infecundo:
- Serei da outra (a mais feliz do mundo)
Seca, e morre na margem do Universo.
Canoas, 19 de fevereiro de 2008/RS