CATEDRAL

            Volto à catedral onde deixei minha alma,
            no solário perene de rosa e flores
            E alegre busco encontrar com calma
            o caminho que leva à fonte dos amores.

            Lavei as mãos com água limpa e pura
            e bebi da fonte um pouco de água fresca
            E , em silêncio, aquietei-me na penumbra
            À espera da luz, essência divina e plena.

            Envoltos em suave névoa pressinto rostos
            De almas queridas, há muito deixadas
            Lembranças eternas de um passado feliz.

            Vejo-te agora, na laje fria e dura
            A me acenar adeus, num misto de ternura
            A me fazer chorar, por aquilo que não quis.

                           Vinhedo, 17 de fevereiro de 2008.