AS MARCAS DAS MÁGOAS
Eu vivo vagando sem rumo certo,
Busco imensidões dentro do meu pequeno ser,
E a cada momento de minha existência viver,
Antes que o meu íntimo se transforme num deserto.
De repente sou acolhido por lampejos de piedade,
Que põem o meu ser em freqüente transição,
São frutos dessa minha desajustada condição,
E sobro eu depois sofrendo essa crueldade.
Meu ser e o céu tornam-se inevitavelmente escuros,
Que mesmo o arrebol e a aurora não conseguem dissolver,
Por se tratar de sensações e tédios futuros.
Mas aos poucos uma luz difusa começa a aparecer,
Surgem dentro de mim sentimentos mais seguros,
Que, após puxar a respiração, recomeço a viver.
1.980