FORA DE COMPASSO

O queijo está mofado. O vinho azedo;
Aquele toque, então, desritmou-se
O néctar perdeu o gosto doce -
Um sonho ilusório, frágil, tredo...

O coração não  é  nenhum  brinquedo -
Quem dera  - era bom - se assim fosse,
Mas, de repente, tudo transformou-se
Em conto de terror - foi de dar medo...

Num ritmo já fora de compasso
Sem rumo, então, bambeando sobre a faixa,
Eu paro; pois meu nervo não é aço...

O fino sentimento se esvanece,
O que fazer quando o cristal se racha?
Passá-lo no crisol - que bom se desse...

            12-13/02/08
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 14/02/2008
Código do texto: T860022
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