Depois
Em outras palavras, é melhor assim...
Embora o sentido seja ainda o mesmo,
Havemos de opor a concordância em mim
A toda a antítese jogada a esmo.
Queria saber daquele verso casto,
Calado flagelo deste texto mudo,
Se morre na prosa qual a grama em pasto,
Ou desce indigesto com um gosto agudo.
Seria o silêncio um novo amigo agora?
Queria poder sorrir sem medo ou dor,
Não ser este escravo fútil nesta hora,
Poder acordar na paz de um certo amor.
Mas entre o poeta e a palavra enfim,
Há mais que um depois, embora sempre um fim.