Sou poema...
Queria eu, ser o poema que lhe apetece
Aos olhos fartos e impregnados ao verso.
Ser-te a lembrança que jamais se esquece,
Algo entre o eterno e o pranto confesso.
Mas cá, sou somente rabisco amuado,
Empalidecido pela caneta que o cessou.
Sou rascunho cheio de pontos machucados,
Amante em ser poema que por ti não sou.
Queria eu ser o verso que te encanta
Até mesmo a canção que te embala.
És tu minha Florbela, e me Espanca...
Espanca este ser amor que em ti cala,
Por tanto amor impregnado á garganta,
Sofre a mágoa, em não ter de ti a fala.