FADA

Saudade eu tenho daquelas manhãs
Em que tênue névoa se desvanecia
E entre raios de  sepulcral luz
Sua figura querida aparecia.

E ficávamos, os dois, embevecidos
Nos olhares contritos, emudecidos
A  jogar no ar as nossas sortes
Estranha forma de vencer a morte.

Éramos felizes nas palavras sem fim
Feito cartas de amor eterno
Pirilampos de claras luzes.

Hoje não há mais você em mim
Tudo passou e só restou
Solidão em meio às cruzes.

          Vinhedo, 13 de fevereiro de 2008.