TACITURNIDADE
Ah, taciturnidade que não cala!
Ouço-a aqui, sozinha nessa sala.
Seu som frenético e, ensurdecedor,
tal éter sai de minh’alma em vapor.
Sorrateiramente, cresce e se alarga
deixando na boca o gosto que amarga.
E, me afasta da tal realidade...
o qual tem um só nome que é saudade.
Queria o choro que o peito não larga
Mas, apenas essa dor que apunhala,
cinzela o coração feito descarga.
Fito-me no espelho a ver se encurrala
no fundo de meu olhar, o que me embarga,
o olhar do amor... Que me deixa sem fala.